sábado, 30 de agosto de 2008


Numa cidade onde todas as paredes são de vidro e tudo é visto por todos o tempo todo, o enquadramento nas regras estabelecidas pelo sistema é a única forma de não ser notado e a manutenção da aparência o único recurso para a sobrevivência.

O espetáculo se utiliza de um casamento, desde o pedido até o primeiro filho, para analisar a forma como nossa sociedade está erguida sobre bases hipócritas e como as relações muitas vezes são baseadas em falsos moralismos e tradições jamais questionadas.


A chegada de uma criança diferente faz a cidade, pela primeira vez, pensar nos porquês e temer as consequências do novo, numa metáfora de como a nossa sociedade lida com as opções não convencionais.


Para que fique ainda mais evidente a semelhança entre a cidade de Vidros e a sociedade fora dos limites do teatro, o público é colocado dentro da cidade-cenário, numa espécie de arena invertida. É dos bancos da Praça Central que o público assiste à vida nessa cidade em constante movimento, já que o elenco está todo o tempo em cena.. A relação se estreita quando os atores interagem com a platéia e a fazem sentir como moradores da cidade.






(Em destaque, metade da cidade de Vidros)

Nenhum comentário: