Enfim, Vidros.
Eis que um dia abro meu email, e vejo um recado do Cidão com o assunto "Vidros", "Ed leia isso, veja que foda, isso da uma peça". E eu li, achei um absurdo de tão interessante, eu devo ter lido umas três ou quatro vezes seguidas, talvez cinco. Respondi o email pro cidão, não me lembro muito bem da resposta mas foi algo do tipo "do caralho!". E então, eu adotei o conto do Marco. Ao mesmo tempo que aquilo me encantava, me agoniava pelo fato de não conseguir pensar nele cênicamente. O neura estava passando pelo momento de concepção do Pater, estavamos bem no inicio do que viria a ser pra nós uma "tortura psicológica". E eu, adotava Vidros cada dia mais. O conto continuava na minha cabeceira, e as idéias indo e vindo. Eu queria transformar aquilo que tinha nos encantado (de principio a mim e ao cidão) em um espetáculo. Até que um dia, após tomarmos café na minha casa, eu dei o conto pra Tuane ler e assim foi seguindo, até que Vidros não era mais de um único fã, e suas idéias não eram de uma só adoção. Nos apaixonamos por aquilo tudo, o neura é um teatro de paixões. Aliás eu acho tão gostoso quando qualquer um de nós fala alguma "bosta" considerável e todos abraçam aquilo, mesmo que para nos fazer rir por alguns segundos. Não que a gente se apaixone por qualquer coisa.Temos a mania de nos apaixonar, mesmo que por segundos. E com toda essa vontade que vinha do grupo, sentei e comecei a escrever Vidros, com um bom copo de leite quente com chocolate e com musicas que me deixavam triste. Eu preciso ficar triste pra escrever, não sei porque, um dia descubro. Finalizei a primeira versão e passei pra Tuane, o único pedido que fiz a ela, era que mexesse o menos que pudesse nas personagens da avó e da tia que são para mim muito especiais. Nos comunicavamos via email, telefone, piravamos via msn com possibilidades as vezes até mesmo inúteis, já tinhamos dividido autorias, mas sabiamos que essa, não desmerecendo as outras, era especial. Quando peguei o texto de volta das mãos da Tuane pra finaliza-lo eu consegui ver a cidade que antes pra mim ainda era escura. Vidros precisava ter passado por ela, assim como Pater passou. E assim, nasceu o Vidros do neura. Com um elenco que encheria uma arca, reduzido a aqueles que acreditaram e adotaram nosso "filho". Eu só tenho que agradecer a todos por terem aceito Vidros, e a esse "bando" que toparam, mesmo que por algumas horas, morar nessa cidade.
Ed Nicodemo.
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